Da nascente à foz
o curso
do rio, por terra e ar, faz um balanço da expedição
Ao todo, foram 32 horas de vôo em
paramotor, registrando os mais de 900 km do Paranapanema
“Menos
problemas, mais natureza”, diz Lu Marini sobre o Paranapanema”
Após 15 dias explorando o rio Paranapanema, por
terra e pilotando um paramotor, o ambientalista Lu Marini encerra sua expedição
nesta segunda-feira (4), fazendo um relato da jornada para cerca de 200
estudantes. O encontro aconteceu no município de Rosana (SP), onde o
Paranapanema encerra seu curso de 929 quilômetros lançando-se às águas do rio
Paraná. Em síntese, Marini avaliou que o Paranapanema possui “menos problemas e
mais natureza”, se comparado a outros grandes rios também explorados por ele,
como o Tietê e o São Francisco.
Dentre as impressões da viagem, o ambientalista
destacou o rio limpo, cheio e margeado por muito verde. “O que mais me
impressionou foram os longos caminhos que sobrevoei ao lado de florestas
preservadas, e os cinturões de mata ciliar, mesmo em trechos com muitas
fazendas de gado e plantações”, contou Marini para um público de 150
alunos da rede municipal de ensino e 50 integrantes do Projeto Guri – uma
geração nova, que vive às margens do Paranapanema e tem nele um bem de valor
natural e cultural a ser preservado.
Interessado não somente nas belezas naturais, mas
também nas questões ambientais, o expedicionário se deparou com problemas
como o descumprimento da legislação em Áreas de Preservação Permanente (APP).
“Acho que o grande problema que afeta não só o Paranapanema, mas outros rios
que sobrevoei, é a falta de consciência ambiental”, lamentou Marini. Em
contrapartida, ele disse que foi surpreendente encontrar extensas áreas com
matas preservadas, como no trecho entre as hidrelétricas Jurumirim e Chavantes,
e o Parque Estadual Morro do Diabo, no Pontal do Paranapanema.
“Ver a
natureza ganhando espaço em meio a tanto desenvolvimento me surpreendeu, me
deixou muito feliz e também esperançoso quanto a superação dos problemas
ambientais”, disse Marini.
HISTÓRIAS RIBEIRINHAS
“Conhecer histórias de quem vive junto do rio, é
sempre muito emocionante”, comentou Lu Marini sobre outro aspecto do projeto:
colher relatos de pessoas que convivem com o Paranapanema e acompanham
suas mudanças. Por meio dessas entrevistas, Marini conheceu de poeta a atletas
e pescadores. “O encontro com as crianças, nos meus pousos, foram também
momentos de muita alegria. Uma recepção sempre calorosa, através de olhares
curiosos”, relembrou o piloto.
Marini, que durante a jornada visitou vários
projetos de preservação e recuperação ambiental, também se emocionou ao
encontrar gente que trabalha a favor do rio, em ONGs e empresas. “Foi
impressionante sobrevoar as áreas de matas às margens dos reservatórios de
hidrelétricas e conhecer o trabalho do pessoal do Instituto de Pesquisas
Ecológicas, de criação de corredores ecológicos para garantir vida longa ao
ecossistema”, expôs Marini.
A exploração do Paranapanema contabilizou 987
quilômetros percorridos, 32 horas de voo e 18 municípios visitados em 15 dias.
A empreitada teve patrocínio da Duke Energy, via Lei Rouanet. “Para viabilizar
os projetos, busco pelo apoio de empresas que tenham responsabilidade ambiental
e foi justamente o que encontrei na Duke Energy – uma empresa que devolve à
natureza o que a natureza lhe oferece”, disse o piloto sobre o patrocínio. O
resultado da expedição, o público poderá conhecer em um documentário e um
livro, a serem lançados pelo ambientalista em agosto, mês de aniversário do
Paranapanema.
A Duke
Energy Brasil opera e administra oito usinas hidrelétricas instaladas
ao longo do rio Paranapanema e duas pequenas centrais hidrelétricas no rio
Sapucaí-Mirim, com um total de 2.274 megawatts (MW) de capacidade instalada. Em
2014, a companhia gerou 11,2 milhões de MWh, energia suficiente para abastecer
5,6 milhões de famílias ou 22 milhões de habitantes. Com cerca de 300
empregados no país, a Duke Energy Brasil representa o maior investimento
internacional da norte-americana Duke Energy Corp.,a maior companhia de
serviços públicos dos Estados Unidos.
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