Madeira
que dá em Chico...
Por Adail Barbosa
Os amigos que acompanham nossas postagens e que lêem costumeiramente nossos artigos e editoriais, têm pleno conhecimento das críticas contumazes que fazemos em relação a atuação dos agentes, públicos e políticos, encastelados tanto no Poder Executivo, quanto no Poder Legislativo Municipal de Paranapanema, salvo honrosas exceções.
Temos plena consciência de que às vezes
tecemos críticas ácidas, porém, nunca movidos pela emoção, mas sim, pela razão
e pela força das circunstâncias. Haja vista que a figura do “político”
enganador e manipulador de emoções cujo principal objetivo ludibriar os
incautos para chegar ao poder, tem lugar comum no cenário político local. È
aquele que faz parte de uma súcia que encara a política como a arte de enganar,
e que extrapola os limites desse princípio espúrio com o único objetivo de
chegar ao poder. Nesse contexto, quanto mais limitada intelectualmente for a
população, mais fácil se torna a atuação dessa abominável classe de políticos na
busca pelos votos dos cidadãos.
Faço esse preâmbulo sem perder de vista o
dito popular que diz: “Madeira que dá em
Chico também dá em Francisco". Partindo desse princípio, não poderia deixar
de tecer um pertinente comentário sobre o imbróglio envolvendo a “Comissão
Processante” que apurou denúncias de irregularidades na Administração Municipal
de Paranapanema. Tivemos acesso ao Relatório Final e aos três volumes do
processo investigatório contendo mais de 600 (seiscentas) páginas.
Ao compulsar
os autos, constatamos tratar-se de um verdadeiro acervo que envolve registros
de todos os procedimentos adotados pela CP 01/2016 desde o acolhimento do requerimento
contendo as denúncias, passando pelo processo de instalação da mesma, procedimentos
investigatórios, diligências, intimações, depoimentos de testemunhas, de denunciados
e de envolvidos direta ou indiretamente no caso.
Chamou-nos a atenção, no entanto, a farta
documentação acostada aos autos que, juntamente com os depoimentos colhidos, não
deixam margem de dúvida sobre a veracidade das denúncias. Principalmente quanto
às ardilosas contratações de pessoal feitas pelo Executivo Municipal por
intermédio de documentos supostamente elaborados para dar o ar de legalidade
nessa trama, em detrimento do uso indevido de recursos públicos oriundos da
pasta da educação.
Pelo que se depreendi das provas documentais
acostadas aos autos, pelo menos 10 (dez) “empregos” foram gerados através desse
subterfúgio. Fato este que nos leva a crer em provável cooptação de apoio
político através do uso da ferramenta mais eficaz usada para esse fim, ou seja: a manipulação das emoções através de cabides de emprego. Nesse sentido,
o alvo preferido dos gestores municipais que usam desse expediente são os
desempregados Pessoas mais influenciáveis em decorrência de sua fragilidade,
principalmente num município cujas sucessivas gestões não se preocuparam em
fomentar o mercado de trabalho.
Em linhas gerais, podemos afirmar categoricamente
que os trabalhos realizados pela Comissão Processante que contou com os
inestimáveis préstimos da Assessoria Parlamentar, foram pautados estritamente
pelas normas legais vigentes. Diante
da atuação pífia da maioria das CPs instaladas anteriormente nessa Casa de
Leis, particularmente não acreditávamos na possibilidade de um trabalho sério e,
por ocasião da instalação da CP 01/2015 chegamos a conjecturar em postagem nas
redes sociais que estaríamos diante de mais um processo investigativo fadado ao
insucesso, e que fatalmente terminaria em “pizza”.
Diante do resultado e das evidências dos
trabalhos irrepreensíveis da CP 01/2015, não nos resta outra alternativa a não
ser tornar público a minha “mea culpa”, e ao mesmo tempo torcer para que os
vereadores que compõe o Egrégio Conselho de Sentença desse “Tribunal do Júri
Político” votem de acordo com o interesse público sem abdicarem da coerência e,
principalmente, da dignidade parlamentar que deve nortear suas atuações.
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