segunda-feira, 4 de março de 2013

OPINIÃO: PALAVRAS AO VENTO

                                                                                            IMAGEM ILUSTRATIVA

Por: Adail Barbosa

Em se tratando de administração pública, entendo que a ocupação de cargos deve ser pautada pelo princípio da meritocracia. Quando se realizam concursos públicos (sem maracutaias) ou se adotam outros métodos objetivos de seleção, a chance de que os critérios utilizados tenham sido justos e adequados é maior. Lamentavelmente, na maioria dos municípios brasileiros prevalece o apadrinhamento político em detrimento da qualificação profissional e, consequentemente, da qualidade dos serviços públicos oferecidos ao contribuinte municipal. Nesse contexto, a falta de qualificação dos servidores públicos nomeados chega a ser mais danosa do que propriamente a corrupção.
Em se tratando de prestação de serviços públicos, a sociedade precisa ter a garantia de que a equipe de governo seja a mais qualificada possível para desempenhar suas funções.
Para o gestor que preza a probidade administrativa e o bem comum, a nomeação de ocupantes de cargos de confiança passa necessariamente por um processo criterioso e rigoroso de seleção. Uma demonstração inequívoca de que na sua concepção a meritocracia é um valor que anda de mãos dadas com a probidade administrativa e o desenvolvimento social e econômico do município.  Saliente-se também que o gestor público bem preparado para a função, tem plena consciência de que seus auxiliares diretos não devem ser nomeados apenas por critério meramente político para ocupar cargos em provimento de comissão. Haja vista que nos municípios em que os gestores ignoram esse fator, raramente se colhe bons resultados. Um secretário sem qualificação para ocupar uma determinada pasta, certamente não possui habilidade para montar uma boa equipe de trabalho. Consequentemente, os serviços prestados à municipalidade não serão de qualidade.
De modo geral, quanto mais enraizado o conceito meritocrático em uma sociedade, menos provável é que a população aceite pessoas ineptas para ocupar funções públicas. Há que se registrar também, que nos municípios que primam pela qualidade do nível educacional, a sociedade não tolera a incompetência. Basta que os cidadãos tomem conhecimento de  que as nomeações não levaram em conta a meritocracia, para que estas não sejam aceitas. Sinônimo de que uma sociedade bem-educada enxerga com clareza as consequências desastrosas das nomeações equivocadas.  Afinal de contas quem paga os salários dos servidores públicos municipais (inclusive do prefeito, do vice-prefeito e etc.), é o contribuinte municipal.
Chama-nos a atenção a falta de visão dos sucessivos gestores municipais de Paranapanema, em relação aos servidores municipais de carreira. A miopia administrativa os tem impedido de enxergar que no quadro de servidores efetivos há profissionais (homens e mulheres) íntegros, competentes e devidamente qualificados para atuar em vários setores da administração municipal, que poderiam ser nomeados para cargos de confiança. Ao adotar essa medida os alcaides estariam valorizando o bom funcionário, desonerando a folha de pagamento, extinguindo a prática do cabide de emprego, dinamizando a administração pública e oferecendo aos contribuintes municipais um serviço público com padrão de qualidade. Mas pelo andar da carruagem, ainda serão necessárias mais algumas gerações para deixarmos de ser tão tolerantes com aqueles que são pagos para gerir e aplicar com responsabilidade os recursos oriundos dos nossos impostos. Enquanto esse dia não chega, inspirado no aforismo do autor, conferencista e pastor evangélico,  John Maxwell: “O pessimista reclama do vento, O otimista espera que ele mude. O sábio ajusta as velas”, continuaremos expondo nossas palavras ao vento na esperança de que um dia as velas sejam ajustadas.

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