Por via de regras os sindicatos de classe são fundados com a finalidade de defender os interesses dos sindicalizados. Nesse contexto, devem primar pelos princípios básicos da melhoria das condições de trabalho, qualificação dos servidores municipais e instituição de uma política de incentivos salariais voltada à categoria. Quando um sindicalista defende interesses do patrão em detrimento dos trabalhadores, este é chamado de “pelego” pelos sindicalizados. Por se tratar de uma prática comum no meio sindical, há um acervo literário farto em obras sobre o tema: SINDICALISMO E PELEGUISMO.
De acordo com estudiosos, o termo “peleguismo” foi criado pelos sindicalistas na década de 30, em virtude do instrumento de controle político e imposição sobre os operários, utilizado no governo de Getúlio Vargas. Essa prática era exercida por lideranças do governo que compunham a direção do sindicato dos trabalhadores, desde então, peleguismo tornou-se sinônimo de sindicalista cooptado pelos patrões para defender seus interesses. Veja a seguir alguns conceitos e definições sobre o tema:
O dicionário informal da Web define o “peleguismo” como uma modalidade de sindicalismo na qual as propostas do governo são apresentadas de forma convincente à classe trabalhadora e detêm a primazia sobre o operariado.
No artigo “O SINDICALISMO E O PELEGUISMO DESDE SEMPRE” de autoria de Bibiano Girard, subentende-se que o autor conceitua o peleguismo como uma tendência, senão, vejamos: “o pelego, na sua forma denotativa, é o couro junto à lã retirado da ovelha para servir de assento ao cavalariano sem que este machuque o quadril no cavalgar, mas que não elimina o peso sobre o cavalo. No sindicalismo, pelego é aquele “companheiro” que se deixou levar pelas insistências patronais ou que se desviou da verdadeira luta da classe a favor dos opressores”.
Na opinião de sindicalistas mais radicais, a prática de cooptação dessas entidades, através do oferecimento de cargos e benesses aos membros e a parentes da diretoria, a despeito de ser desprezível, sempre foi muito utilizada por governos descompromissados com os interesses dos servidores públicos.
Na concepção do professor da Universidade Federal de Pernambuco, Heitor Scalambrini Costa, o termo pelego foi popularizado durante o governo de Getúlio Vargas, nos anos 1930. Imitando a Carta Del Lavoro, do fascista italiano Benito Mussolini, Vargas decretou a Lei de Sindicalização em 1931, submetendo os estatutos dos sindicatos ao Ministério do Trabalho. Pelego era então o líder sindical de confiança do governo que garantia o atrelamento da entidade ao Estado. Décadas depois, o termo voltou à tona com a ditadura militar. Pelego passou a ser o dirigente sindical apoiado pelos militares, sendo o representante máximo do chamado sindicalismo marrom. A palavra, que antigamente designava a pele ou o pano que amaciava o contato entre o cavaleiro e a sela, virou sinônimo de traidor dos trabalhadores e aliado do governo e dos patrões. Logo, quando se chamado de pelego, significava que a pessoa era subserviente/servil/dominada por outra, ou seja, capacho, puxa-saco, bajulador.
Obs: As imagens ilustrativas foram extraídas da Internet.
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