sábado, 12 de março de 2016




Madeira que dá em Chico...

Por Adail Barbosa

Os amigos que acompanham nossas postagens e que lêem costumeiramente nossos artigos e editoriais, têm pleno conhecimento das críticas contumazes que fazemos em relação a atuação dos  agentes, públicos e políticos, encastelados tanto no Poder Executivo, quanto no Poder Legislativo Municipal de Paranapanema, salvo honrosas exceções. 


Temos plena consciência de que às vezes tecemos críticas ácidas, porém, nunca movidos pela emoção, mas sim, pela razão e pela força das circunstâncias. Haja vista que a figura do “político” enganador e manipulador de emoções cujo principal objetivo ludibriar os incautos para chegar ao poder, tem lugar comum no cenário político local. È aquele que faz parte de uma súcia que encara a política como a arte de enganar, e que extrapola os limites desse princípio espúrio com o único objetivo de chegar ao poder. Nesse contexto, quanto mais limitada intelectualmente for a população, mais fácil se torna a atuação dessa abominável classe de políticos na busca pelos votos dos cidadãos.
Faço esse preâmbulo sem perder de vista o dito popular que diz: “Madeira que dá em Chico também dá em Francisco". Partindo desse princípio, não poderia deixar de tecer um pertinente comentário sobre o imbróglio envolvendo a “Comissão Processante” que apurou denúncias de irregularidades na Administração Municipal de Paranapanema. Tivemos acesso ao Relatório Final e aos três volumes do processo investigatório contendo mais de 600 (seiscentas) páginas. 

Ao compulsar os autos, constatamos tratar-se de um verdadeiro acervo que envolve registros de todos os procedimentos adotados pela CP 01/2016 desde o acolhimento do requerimento contendo as denúncias, passando pelo processo de instalação da mesma, procedimentos investigatórios, diligências, intimações, depoimentos de testemunhas, de denunciados e de envolvidos direta ou indiretamente no caso.

Chamou-nos a atenção, no entanto, a farta documentação acostada aos autos que, juntamente com os depoimentos colhidos, não deixam margem de dúvida sobre a veracidade das denúncias. Principalmente quanto às ardilosas contratações de pessoal feitas pelo Executivo Municipal por intermédio de documentos supostamente elaborados para dar o ar de legalidade nessa trama, em detrimento do uso indevido de recursos públicos oriundos da pasta da educação.

Pelo que se depreendi das provas documentais acostadas aos autos, pelo menos 10 (dez) “empregos” foram gerados através desse subterfúgio. Fato este que nos leva a crer em provável cooptação de apoio político através do uso da ferramenta mais eficaz usada para esse fim, ou seja: a manipulação das emoções através de cabides de emprego. Nesse sentido, o alvo preferido dos gestores municipais que usam desse expediente são os desempregados Pessoas mais influenciáveis em decorrência de sua fragilidade, principalmente num município cujas sucessivas gestões não se preocuparam em fomentar o mercado de trabalho.
Em linhas gerais, podemos afirmar categoricamente que os trabalhos realizados pela Comissão Processante que contou com os inestimáveis préstimos da Assessoria Parlamentar, foram pautados estritamente pelas normas legais vigentes. Diante da atuação pífia da maioria das CPs instaladas anteriormente nessa Casa de Leis, particularmente não acreditávamos na possibilidade de um trabalho sério e, por ocasião da instalação da CP 01/2015 chegamos a conjecturar em postagem nas redes sociais que estaríamos diante de mais um processo investigativo fadado ao insucesso, e que fatalmente terminaria em “pizza”.
Diante do resultado e das evidências dos trabalhos irrepreensíveis da CP 01/2015, não nos resta outra alternativa a não ser tornar público a minha “mea culpa”, e ao mesmo tempo torcer para que os vereadores que compõe o Egrégio Conselho de Sentença desse “Tribunal do Júri Político” votem de acordo com o interesse público sem abdicarem da coerência e, principalmente, da dignidade parlamentar que deve nortear suas atuações.


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