sábado, 14 de novembro de 2015

“SE CORRER O BICHO PEGA SE FICAR O BICHO COME”


Uma análise subjetiva do cenário político/administrativo da nossa gloriosa Estância Turística de Paranapanema na atualidade nos leva a uma desoladora reflexão. Metaforicamente falando, causa-nos a sensação de um marujo dentre milhares de tripulantes a bordo de um “Transatlântico à deriva”, e não sem razão. 
O desencanto da população paranapanemense com a classe política local é tão acentuado, que se evidenciou nas eleições municipais de 2012. Na oportunidade, um inexpressivo candidato conhecido pejorativamente como “ET” lançou sua candidatura à prefeito de Paranapanema pelo Partido Verde (PV), uma agremiação partidária tão inexpressiva quanto o candidato e sem nenhuma tradição no município. Porém, para surpresa geral o “alienígena” conseguiu a proeza de aglutinar simpatizantes em todas as correntes políticas, (inclusive nas antagônicas), amealhando 5.873 votos, que compreendeu á época, 55,20% dos votos válidos. Diga-se de passagem, mais que a soma total de votos dos seus adversários. Um verdadeiro fenômeno eleitoral. Com essa vitória acachapante o ET desmobilizou as duas principais correntes políticas do município que há muitas décadas vinham polarizando as contendas eleitorais no município, e angariou um capital político suficiente para mudar o rumo do “navio” a fim de evitar um possível naufrágio. Aliás, era o mínimo que esperavam do “Extra-Terrestre”, os os eleitores que o elegeram, no entanto, não se sabe por qual motivo, razão ou circunstância, com apenas sete meses de (des)governo, no dia 30/07/2013, abandonou o barco, deixando-o à deriva. Como estabelece a legislação eleitoral vigente, no dia 01/08/2013 tomou posse o seu vice, assumindo o comando apenas de direito, visto que de fato, supostamente teria transferido-o para seus ajudantes de ordem, e se acomodado em um camarote no “transatlântico”, onde aparenta estar repousando em berço esplêndido e aparentemente alheio aos acontecimentos.
Todavia, a aparente inexperiência aliada ao desconhecimento dos “marinheiros de primeira viagem” com relação à operacionalização dos instrumentos de navegação que compõem o painel de controle da embarcação, mantiveram-na à deriva e propensa ao naufrágio. Para se evitar uma catástrofe, alem de conhecer as peculiaridades da carta de navegação, os condutores da embarcação deveriam estar a par de três informações relevantes: (1) destino do navio, (2) velocidade a ser  desenvolvida (3) rumo. Devido a suposta falta desse conhecimento básico estariam conduzindo a embarcação para destino incerto e não sabido. Supõe-se que, caso o comandante tivesse primado pela meritocracia na escolha de seus auxiliares, provavelmente o barco estaria navegando com segurança, em águas calmas e para rumo certo.

Ressalte-se, que em decorrência da provável inapetência com que essa “NAU” vem sendo conduzida, não se vislumbra outra coisa a não ser uma possível colisão com um iceberg que poderá pô-la a pique a qualquer momento. Presume-se que nessa circunstância os condutores da embarcação serão os primeiros a abandoná-la num bote salva-vidas, como já vimos em filmes. Nesse momento, o comandante de direito se verá obrigado a deixar a zona de conforto para tentar salvar a embarcação e a tripulação de uma iminente tragédia, mas aí poderá ser tarde.
Metáforas e conjecturas à parte, voltemos à nossa preocupante realidade. A sucessão de erros verificados nessa administração municipal, além de evidenciar o amadorismo dos acólitos do poder, coloca o mandato do Chefe do Executivo em iminente risco de cassação. Saliente-se que, motivos para a instauração de uma CPI não faltam. Nossa convicção está lastreada em cópias reprográficas de alguns documentos que tivemos acesso, e que sugerem, em tese, favorecimento pessoal a alguns servidores municipais, contratação irregular de funcionários e desvio de finalidade de recursos da educação, entre outros atropelos à probidade administrativa.
Há que se registrar, no entanto, que, apesar da inexpressividade da base parlamentar do governo no Legislativo Municipal, um fator tem sido preponderante para que permaneça impune: inércia da edilidade paranapanemense. Todavia, embora não faltem motivos para a instauração de uma CPI que poderá culminar com a cassação do mandato do alcaide, vários questionamentos se fazem necessários neste momento, dentre os quais elencamos alguns que julgamos pertinentes:
01 - O que seria pior para o município na atualidade, mais um ano de governo claudicante do PV ou uma solução traumática como a cassação do mandato do prefeito?

02 – A edilidade paranapanemense encontra-se devidamente preparada para a instauração e tramitação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito com total isenção, imparcialidade, sem paixão partidária ou interesses escusos?
03 - Quem seria o sucessor do prefeito em caso de eventual cassação do seu mandato?

04 – O sucessor do alcaide estaria tecnicamente capacitado para exercer a função de Chefe do Executivo Municipal?

05 – Seu sucessor teria habilidade política suficiente substituí-lo sem permitir que as coisas piorem ainda mais durante esse mandato tampão?

06 - Para finalizar, atentemos para um relevante e inquestionável fato: na atual conjuntura, o presidente da Câmara Municipal é o primeiro na linha de sucessão em caso de vacância do cargo de prefeito.                                                     
Conclusão: Diante das aberrações administrativas e violações às normas legais que acontecem com freqüência no Parlamento Municipal na atual legislatura, conclui-se o seguinte: “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!

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