sábado, 2 de fevereiro de 2013

ESTÁ NA HORA DE RECICLAR


Um mês após o término do pleito eleitoral de 2012, é hora de avaliação. Pelo menos é o que deve estar fazendo as principais lideranças políticas de Paranapanema. É hora de refletir sobre os erros e acertos, e de fazer projeções para 2016. Afinal de contas, tradicionalmente uma significativa parcela da população paranapanemense respira política. Em minha concepção a abertura das urnas em 2012 revelou algumas surpresas para muitos políticos e partidos. Na contenda majoritária o resultado da votação não surpreendeu muito, pois as pesquisas já indicavam uma larga vantagem para o candidato do PV, Márcio Faber, que investiu numa grande estrutura de campanha. Sem sombra de dúvida, uma vitoria que decepcionou a militância das candidaturas concorrentes, que ainda não digeriu a eleição de um forasteiro que demonstrou em seus discursos, aparente inexperiência em administração pública para gerir os destinos do município. Porem, a grande decepção ficou por conta da eleição proporcional, tendo em vista que a maioria dos eleitores elegeu alguns analfabetos funcionais, em detrimento de candidatos tecnicamente, culturalmente e politicamente bem preparados. Adicione-se a isso, a reeleição de dois vereadores que passaram pelas legislaturas 2009/2010 e 2011/2012 sem deixar saudades. Teoricamente a oposição fez maioria no Legislativo Municipal, mas poderia ter sido melhor caso todos os vereadores eleitos se pautassem pelos princípios da fidelidade e da ideologia partidária. Na prática, a julgar pela conduta de alguns edis na eleição da Mesa Diretora, prevaleceu os interesses pessoais e não o coletivo. Uma das consequências dessa ausência de autenticidade foi a apatia generalizada com que os eleitores acompanharam essa eleição, numa clara demonstração de que a esperança sucumbiu diante da decepção e a motivação deu lugar ao desencanto. Apesar do empenho, algumas agremiações partidárias tradicionais também não obtiveram sucesso eleitoral na disputa por uma cadeira no legislativo. Entre os vários exemplos de insucesso partidário podemos citar o PMDB, o PTB e o PT. Pode-se também creditar uma fragorosa derrota política ao PSDB que não repetiu o êxito das eleições anteriores. Apesar da boa votação dos seus principais candidatos, conquistou apenas uma cadeira na Câmara Municipal. Dentre os tradicionais partidos políticos do município, o PMDB foi o que obteve o pior desempenho eleitoral de sua história política. Alem de não canalizar aproximadamente 70% dos votos dos seus eleitores cativos à candidata majoritária de sua coligação, pela primeira vez ficou fora do legislativo, sem ocupar os espaços que até então havia conquistado em todas as eleições anteriores. Resta agora às principais lideranças do PMDB o desafio da reconciliação com sua militância. A meu ver este desafio somente será vencido caso haja uma mudança radical no comportamento dos líderes peemedebistas e, principalmente, no programa partidário cujas propostas ultrapassadas mantiveram sua militância durante décadas na idade média da democracia. Ficou claro no último pleito eleitoral que a dualidade partidária é contrária à lógica da confrontação eleitoral suprapartidária. Nesse contexto, há anos a alternância de poder polarizadas por duas facções políticas coronelistas conduziu o município na contramão do desenvolvimento socioeconômico. Alem disso, durante a sua prevalência essa modalidade política ultrapassada manteve a maioria dos eleitores atrelados a camisas de força das duas correntes políticas dominantes, impedindo a evolução do regime democrático no município. Em linhas gerais, a leitura que se faz do resultado dessa eleição é a seguinte: A vitória acachapante do candidato do PV que se apresentou como “inovador” esvaziou as pretensões dos caciques políticos em manter a hegemonia das correntes partidárias autodenominadas “Bode e Pica-pau”. Em razão do apelo “inovação é agora”, os eleitores deixaram nas urnas a seguinte mensagem para as duas forças políticas sectárias: ESTÁ NA HORA DE RECICLAR! OBS: Este artigo foi escrito em novembro de 2012.

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