quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

ONDE ANDA ESSE CONSAGRADO ATLETA PARANAPANEMENSE?

ONDE ANDA ESSE CONSAGRADO CAMPEÃO DE POWERLIFTING?

O powerlifting é uma modalidade esportiva de levantamento de peso praticado por ambos os sexos. O levantamento de peso básico, como é chamado no Brasil, ou levantamento de potência (powerlifting em inglês) é um esporte de força consistente em três modalidades: o agachamento, o supino e o levantamento terra. O esporte começou a se desenvolver na década de 60 nos Estados Unidos, porem, ainda é pouco difundido em nosso País.
Em nossa região o esporte se popularizou no ano de 2009 com a participação do atleta paranapanemense José Carlos Franco dos Santos Jr., em várias competições. Diga-se de passagem, que os anos de 2009 e 2010 foram memoráveis para a carreira vitoriosa de Júnior. No currículo de várias conquistas, destaque para:

CAMPEONATO BRASILEIRO DE POWERLIFTING realizado no dia 05/06/2010 na cidade de São Bento do Sul, no Estado de Santa Catarina. Alem do honroso título de Campeão Brasileiro na categoria junior até 90 kg, o atleta conquistou também a classificação para participar do Campeonato Sul-americano da modalidade.

XXVI CAMPEONATO SUL-AMERICANO realizado entre os dias 25 e 28 de novembro de 2010 na cidade de São Sebastião/SP, em que José Franco dos Santos Jr. sagrou-se também campeão na categoria junior até 90 kg. Estes foram, sem sombra de dúvida, dois momentos marcantes na inesquecível carreira desse atleta vitorioso.
Lamentavelmente, por questões político-partidárias este promissor atleta nunca contou com o apoio do poder público municipal de Paranapanema. O descaso dos governantes levou o atleta a representar a cidade de Ribeirão Preto em várias competições em que se sagrou campeão.

Falta de apoio governamental leva atletas a migrarem para outros municípios
Os agentes públicos não devem colocar questões políticas ou partidárias acima do interesse da municipalidade, tampouco atuar na contramão das atribuições que lhes são conferidas por dever de ofício. E a inércia do Poder Legislativo diante desse cenário degradante, é inegável. Haja vista a falta de Lei de Incentivo aos esportes, e de um programa bolsa-atleta municipal nos moldes do programa do Governo federal, que poderia minimizar essa situação. Sabidamente, o esporte exerce papel fundamental na inclusão social, no desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas e no convívio social, oferecendo suporte, esperança e perspectiva de futuro aos nossos jovens. Mas pelo andar da carruagem, a possibilidade de incentivo e valorização de algumas modalidades esportivas no município, ainda parece distante.

Na atualidade, vários atletas paranapanemenses enfrentam dificuldades semelhantes as encontradas em municípios em que as autoridades vinculadas ao esporte pensam pequeno  em termos de gestão pública, e que praticam injustiça e desigualdade no tratamento dispensado aos desportistas. Para participar em competições esses guerreiros têm de lidar cotidianamente com suas limitações, superar barreiras e enfrentar desafios. As probabilidades de revelação de atletas desaparecem com a falta de manutenção dos esportistas na própria casa, em decorrência da falta de apoio governamental. Nessa esteira, alguns atletas op­­tam pela mudança como a úni­ca possibilidade de progredir na carreira. Sem futuro no município que os formou, talentos são obrigados a migrar para outros municípios em busca de respaldo.

Eis um exemplo prático dessa aberração. Após construir uma sólida formação em academia local, o tri-campão brasileiro de powerlifting, José Franco dos Santos Jr., já venceu inúmeras competições representando a Academia Arrebentação de Ribeirão Preto, por um motivo simples: falta de apoio governamental. Não basta um excelente trabalho realizado na academia, se não houver continuidade. Esta, no entanto, depende de apoio do poder público, caso contrário, continuaremos assistindo tristemente os atletas aqui lapidados buscando em outros municípios, o apoio e a visibilidade profissional.

Descaso da Secretaria Municipal de Esportes com relação ao Powerlifting
Esse assunto predominou no  noticiário local em 2010, após o brilhante desempenho dos atletas paranapanemenses no XXVI Campeonato Sul-Americano de Supino ocorrido nos dias 25 e 28 de novembro, na cidade litorânea de São Sebastião. Integraram a delegação brasileira os atletas paranapanemenses Paulo Henrique dos Santos e José Franco dos Santos Junior. Naquela oportunidade os atletas de Paranapanema conquistaram duas medalhas de ouro. Com ótimo desempenho Paulo Henrique dos Santos foi o 1º colocado na categoria Sub-Junior até 75 kg e José Franco dos Santos Júnior conquistou a primeira colocação na categoria Junior até 90 kg.
O tema ganha mais força e relevância neste momento, tendo em vista que o Brasil sediará a Olimpíada de 2016. E este, a meu ver, seria o momento propício para que nossas autoridades se preocupassem com investimento nas categorias de base de todas as modalidades esportivas, visando a probabilidade de  atletas local virem a compor a delegação brasileira. É desalentador imaginar que nas últimas gestões do município não ter havido política pública e nem planejamento para o esporte de base. A omissão do poder público frustrou a expectativa de muitas jovens promessas anônimas de medalhas para o País, que não tiveram a oportunidade de avaliar o seu potencial.
Se no atual governo houver a preocupação com a formação de jovens da faixa etária entre 10 e 19 anos, que hoje representa aproximadamente 40% da população local, certamente teremos num futuro próximo centenas de jovens com potencial esportivo. É claro que nem todos se tornarão atletas de alto rendimento, mas se as autoridades competentes desenvolverem um trabalho com planejamento, competência e seriedade, o município dará sua contribuição para que Brasil venha a ser bem representado nas próximas Olimpíadas.

Integração é a palavra chave
Em termos de futebol, o Brasil é sabidamente, um celeiro de craques. Nesse contexto, dispensam-se projetos para identificação de talentos. No entanto, nas demais modalidades esportivas a maioria absoluta dos municípios brasileiros são carentes de políticas públicas voltadas para a formação de atletas. Em linhas gerais há uma equivocada dissociação do poder público com relação à educação e o esporte, que denota um entendimento de coisas separadas, e com propósitos divergentes.
Quando o tema é educação, os governantes geralmente focam o fator quantitativo da questão, e não o qualitativo. A maior preocupação está voltada geralmente para os dados estatísticos relacionados à erradicação do analfabetismo, independente do método de ensino adotado. Ocorre que a questão educação/esporte na escola não é apenas uma forma de garantir medalhas aos praticantes, mas sim de preparar de direito e de fato, os cidadãos do futuro. Nossas autoridades precisam se conscientizar da necessidade de um trabalho integrado entre as Secretarias de Educação e Esportes, enfatizando e aprimorando as aulas de educação física nas escolas. Prescindir dessa disciplina na formação dos jovens significa ignorar que a parte intelectual nunca será plena sem a parte física, e ao mesmo tempo, abdicar dos valores advindos dos esportes.

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